O transporte rodoviário continua sendo o pilar da logística brasileira, responsável por mais de 60% da movimentação de cargas no país, segundo dados da CNT. Essa predominância, porém, é também um reflexo das limitações da infraestrutura nacional, que ainda carece de integração efetiva entre modais.
O futuro aponta para um modelo mais equilibrado, onde a eficiência logística dependerá da capacidade de combinar diferentes modais em uma rede interconectada, capaz de reduzir custos, emissões e gargalos operacionais.
Desafios do transporte rodoviário no Brasil
Apesar dos avanços tecnológicos, o transporte rodoviário enfrenta um conjunto de desafios estruturais que comprometem sua eficiência. A malha viária brasileira ainda apresenta mais de 60% das rodovias em estado regular ou ruim, o que impacta diretamente a previsibilidade e eleva o custo logístico por quilômetro rodado.
O modelo rodoviário é altamente sensível ao preço do combustível e à falta de padronização nas operações interestaduais, o que gera custos indiretos significativos para embarcadores e operadores logísticos. Outro ponto crítico está na dependência excessiva de longas distâncias, com trajetos que poderiam ser parcialmente transferidos a modais mais eficientes, como o ferroviário ou hidroviário.
A transição para esse modelo integrado é o desafio central da logística moderna no Brasil.


Multimodalidade: integração que transforma custos em competitividade
A multimodalidade logística propõe exatamente isso: usar cada modal de transporte conforme sua vocação natural. O rodoviário ganha protagonismo na distribuição de curta e média distância; o ferroviário assume volumes pesados e de longa rota; o marítimo garante eficiência no escoamento internacional e o aéreo cobre as demandas de urgência.
Segundo a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), operações multimodais podem reduzir até 30%dos custos logísticos e ampliar significativamente o cumprimento de prazos.
A redução de emissões e a menor dependência de insumos também tornam o sistema mais sustentável.
O papel da tecnologia na integração multimodal
Nenhum avanço estrutural é possível sem base tecnológica sólida. A multimodalidade depende de sistemas integrados de gestão, capazes de conectar fluxos de transporte, armazenagem, documentação e compliance em um único ambiente digital.
Softwares com interoperabilidade entre TMS, WMS, portos e sistemas fiscais criam a espinha dorsal da operação moderna,permitindo que diferentes players atuem com transparência, previsibilidade e sincronização. A adoção de plataformas SaaS e APIs logísticas tem permitido a consolidação de informações de múltiplos modais em painéis únicos, gerando relatórios de desempenho e insights de custo por trecho, rota ou operador.
→ Com essa visibilidade, gestores passam a tomar decisões com base em dados.
Caminhos para o futuro: integração, infraestrutura e governança
O futuro da logística brasileira passa pela convergência entre infraestrutura física e digital. De um lado, há a necessidade de ampliar investimentos em ferrovias e terminais intermodais; por outro, é urgente garantir que as informações fluam de forma contínua entre os modais já existentes.
A governança sobre dados, indicadores e compliance será o eixo que sustentará a nova era da eficiência logística. Empresas que adotam sistemas integrados e homologados junto à Receita Federal estarão mais bem posicionadas para liderar essa transição.


O avanço da multimodalidade e da transformação digital redefine o papel do transporte rodoviário e cria novas oportunidades para o setor.
Acompanhar essas mudanças é essencial para quem busca competitividade em um mercado cada vez mais conectado.
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